Aluno de biologia da UFPA, bolsista do Instituto Evandro Chagas e estagiário do Laboratório de Neuroendócrinologia

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Alguém acredita no IBOPE?


Leiam o trecho da jornal O GLOBO sobre a pesquisa para a prefeitura de Belém em 2008:


GlobonewsTV

RIO - Pesquisa Ibope divulgada neste sábado mostra empate técnico nas intenções de voto para a Prefeitura de Belém entre o atual prefeito Duciomar Costa (PTB) e Valéria (DEM), com pequena vantagem para a candidata do DEM, que oscilou positivamente três pontos percentuais em relação à última sondagem, passando de 22% para 25%. Já Duciomar teve queda de um ponto percentual, de 24% para 23%. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Priante (PMDB) subiu cinco pontos percentuais, chegando a 16%. Mário (PT) também subiu cinco pontos, passando de 8% para 13%. Arnaldo Jordy (PPS) permanece com 4%.


E olha o resultado de verdade...


Duciomar Costa (PTB) - 35.15%

E não 23% como dizia a pesquisa (diferença de mais de 10 pontos percentuais!)


Priante (PMDB) - 19.03%

E não 16%.


Mário (PT) - 18.11%

E não 13%, quem aliás ficou com 13% foi a primeira colocada do IBOPE...

Valéria (DEM) - 13.34%

Denovo um erro maior que 10%!

Arnaldo Jordy (PPS) - 11.49%

Quase empata com a primeira colocada, no entanto na pesquisa ele tava com 4%!



A minha pergunta é... se o IBOPE não tem competência de realizar uma pesquisa no município de Belém, será que ele teria condições de pesquisar a intenção de voto em todo o estado do Pará?

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Desigualdade social no Brasil - por Frei Beto


Relatório da ONU (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos, nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar, Camarões, Tailândia e África do Sul.

Aqui temos uma das piores distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos sobrevivem com o equivalente a US$ 30 por mês (cerca de R$ 54) O percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros.

Na América Latina, há menos desigualdade na Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. A ONU aponta como principais causas da disparidade social a falta de acesso à educação, a política fiscal injusta, os baixos salários e a dificuldade de dispor de serviços básicos, como saúde, saneamento e transporte.

É verdade que nos últimos 10 anos o governo brasileiro investiu na redução da miséria. Nem por isso se conseguiu evitar que a desigualdade se propague entre as futuras gerações.

Segundo a ONU, 58% da população brasileira mantém o mesmo perfil social de pobreza entre duas gerações. No Canadá e países escandinavos, esse índice é de 19%.

O que permite a redução da desigualdade é, em especial, o acesso à educação de qualidade. No Brasil, em cada grupo de 100 habitantes, apenas nove possuem diploma universitário.

Basta dizer que, a cada ano, 130 mil jovens, em todo o Brasil, ingressam nos cursos de engenharia.

Sobram 50 mil vagas. E apenas 30 mil chegam a se formar.

Os demais desistem por falta de capacidade para prosseguir os estudos, de recursos para pagar a mensalidade ou necessidade de abandonar o curso para garantir um lugar no mercado de trabalho.

Nas eleições deste ano votarão 135 milhões de brasileiros. Dos quais, 53% não terminaram o ensino fundamental. Que futuro terá este país se a sangria da desescolaridade não for estancada? Há, sim, melhoras em nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), esse índice não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza nacional.

Para operar uma drástica redução na desigualdade imperante em nosso país é urgente promover a reforma agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, como a Previdência Social. Hoje, 81,2 milhões de brasileiros são beneficiados pelo sistema previdenciário, que promove de fato distribuição de renda.

Mais da metade da população do Brasil detém menos de 3% das propriedades rurais.

E apenas 46 mil proprietários são donos de metade das terras. Nossa estrutura fundiária é a mesma desde o Brasil império! E quem dá emprego no campo não é o latifúndio nem o agronegócio, é a agricultura familiar, que ocupa apenas 24% das terras mas emprega 75% dos trabalhadores rurais.

Hoje, os programas de transferência de renda do governo incluindo assistência social, Bolsa Família e aposentadorias representam 20% do total da renda das famílias brasileiras. Em 2008, 18,7 milhões de pessoas viviam com menos de 1/4 do salário mínimo. Se não fossem as políticas de transferência, seriam 40,5 milhões. Isso significa que, nesses últimos anos, o governo Lula tirou da miséria 21,8 milhões de pessoas.

Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam transferência de renda.

Em 2008 eram 58,3%.

É uma falácia dizer que, ao promover transferência de renda, o governo está sustentando vagabundos. O governo sustenta vagabundos quando não pune os corruptos, o nepotismo, as licitações fajutas, a malversação de dinheiro público. Transferir renda aos mais pobres é dever, em especial num país em que o governo irriga o mercado financeiro engordando a fortuna dos especuladores que nada produzem. A questão reside em ensinar a pescar, em vez de dar o peixe.

Entenda-se: encontrar a porta de saída do Bolsa Família.

Todas as pesquisas comprovam que os mais pobres, ao obterem um pouco mais de renda, investem em qualidade de vida, como saúde, educação e moradia. O Brasil é rico, mas não é justo.

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ciência e Tecnologia no ano de 2000 no Brasil

Em 2000, sobre a política do então presidente FHC para a ciência e a tecnologia escreveu um professor de Física da Universidade Louis Pasteur:

A nova lei de patentes, que substituiu o código de propriedade industrial de 1.971, "flexibilizou" tudo para as multinacionais farmacêuticas, sem nenhuma contrapartida, a não ser a vaga esperança de atrair investimentos em ativos fixos e estimular a inovação tecnológica na indústria privada nacional. Mas, como invariavelmente acontece no governo FHC, o resultado foi o oposto do esperado: nos últimos 5 anos, apenas 2 laboratórios investiram em novas instalações, e nenhum investiu em tecnologia. Entretanto, no mesmo período, fecharam-se dezenas de instalações industriais importantíssimas (inclusive algumas voltadas para a produção de fármacos básicos), acabando com a fabricação local e abrindo caminho para onerosas importações e para a formação dos cartéis que nos impõem preços abusivos, até pelos medicamentos mais simples.

Leia o atigo completo aqui

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O Serra e os Genéricos

 

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Serra insiste em dizer que criou os genéricos no Brasil, embora isso seja uma mentira com um requinte de cinismo. Ora, ele não criou os genéricos, sua gestão no Ministério da Saúde levou a ANVISA a regulamentar um projeto de lei de um deputado do PT e a colocar em prática uma política na verdade conservadora em relação aos genéricos.

Os centros de pesquisa em saúde, ao longo de sua gestão foram sucateados junto com todas as instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão. Nenhuma instituição pública no Brasil tinha condições de pesquisar bioequivalência e fábricar genéricos e, tampouco, nenhuma empresa média ou pequena. O processo de regulamentação de genéricos se limitou a assegurar uma maior concorrência entre grandes corporações que ditam quais fórmulas querem comercializar e o preço, sem que o poder público tivésse a menor chance de influenciar. A líder de genéricos no Brasil é a Medley, por exemplo, com 33% do mercado!

O que o Serra diz que fez pelos genéricos no Brasil regulamentando a lei de um deputado do PT, ele, sem dúvida, desfez, sucateando o INCA, a FIOCRUZ, O IEC e as demais instituições públicas de pesquisa no Brasil. Todos pesquisadores de ciências biológicas que eu conheço atribuem ao governo Lula a retomada da pesquisa científica que ficou paralisada por 8 anos na época do FHC/Serra.

 

não vote

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Candidatura na Contra-Mão da História

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Sou muito simpático ao Plínio. Durante anos de minha militância política compartilhei com ele as visões de Brasil e de futuro. No PT fui parte, inclusive, de sua organização política – a Força Socialista. Rompi antes deles saírem do PT e fundarem o PSOL por divergir de sua opinião sobre o governo Lula. Infelizmente a candidatura dele hoje no Brasil, mais atrapalha que contribui.

Embora ele seja sincero e faça um debate importante sobre desígualdade e socialismo não consegue dimensionar plenamente a realidade brasileira. O Brasil não vive hoje a oposição utópica entre reforma e revolução, entre socialismo e capitalismo. Antes, vive a oposição entre dois projetos reais, um do passado - que não perdeu toda sua vitalidade e se manteve em estados estratégicos – e outro de coalização, de reforma, de conquista de direitos democráticos, de acúmulo de forças para a democratização da renda.

A Dilma não representa a nacionalização dos bancos e da economia, a reforma agrária ampla e radical e a expropriação da burguesia. Ela lidera uma coalização de partidos de esquerda, de centro e de direita que tem plenas condições de enterrar de vez o neoliberalismo no Brasil e aprofundar e radicalizar as mudanças iniciadas no governo Lula. Dilma representa o fortalecimento do Estado e dos serviços públicos: saúde pública acessível a todos, universalização do ensino superior, erradicação da miséria, fortalecimento da economia em bases produtivas e mais democráticas, oportunidades para a juventude, geração de emprego e o fortalecimento da cidadania.

A ânsia do setor que Plínio representa hoje em “acelerar” as coisas e chegar de imediato na “raiz” do problema nasce de uma pobre análise de correlação forças e tem como consequência prática um pífio resultado eleitoral (como foi o PSOL em 2008), não chega nem a arranhar a hegemonia da elite e do latifúndio e nem a ameaçar o status quo, ou seja, não acumula forças. Não melhora a vida de ninguém.

Ficar indirente diante do avanço que o governo Lula representou e a eleição de Dilma representa em pontos chaves como a diminuição da miséria, o fotalecimento do Estado, avanços de políticas sociais e distribuitivistas. Colocar Dilma e Serra numa vala comum e – pior- ignorar que a Dilma tem chances reais de ser eleita, enqanto o Plínio não. Acaba afastando a possibilidade do PSOL e os grande companheiros que compõem as suas fileiras como o Babá, a Heloísa, o Edmilson e o próprio Plínio têm de influenciar no destino da classe trabalhadora no Brasil. Pois demonstram irresponsabilidade com o destino do Brasil, não dimensionam o poder que as elites neoliberais ainda possuem e o retrocesso de elegermos o Serra e nem dimensionam o quanto é negativo se colocar no gueto, à margem, num momento em que o povo brasileira discute o abismo entre dois modelos tão distintos.

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Não Voto Carecas




3 homens, em comum: poucos cabelos e velhas idéias. Tão velhas que tá todo mundo careca de saber.


Os carecas que governarm o Brasil por 8 anos e o Pará por 12 querem voltar. Querem estrear "A VOLTA DOS CARECAS"...


Eu já acho melhor eles não voltarem, melhor ficarem aonde estão. Podem escrever um livro, dar palestras, casar com uma modelo.

Ninguém merece um salário mínimo de míseros 78 dólares, 46 milhões de brasileiros na miséria, desemprego, dívida externa, FMI.

Nessas eleições eu NÃO VOTO CARECA

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AS AGRICULTURAS NO DEBATE ELEITORAL

Classicamente, em análises sobre o campo no Brasil e em países pobres como a Índia, diferenciam-se dois sistemas de produção: o patronal e o familiar. Entre ambos, ocorrem muitas ideologias e personagens, cujas interpretações econômicas e filosóficas configuram visões de mundo com implicações naquilo que se projeta como modelo produtivo, tecnológico e ambiental.

Embora muitas vezes o antagonismo entre o agronegócio a agricultura camponesa seja uma simplificação insuficiente para descrever a realidade do campo, muito pior, ao meu ver, é a tentativa de “inserir” a agricultura familiar como componente subalterno do agronegócio. Fato que percebo em muitas propostas de candidaturas quando discutem a temática agrária (talvez ela até apareça hoje no debate entre os presidenciáveis).

A visão à qual me refiro é a que defende um modelo produtivo baseado em grandes empresas de monocultura que “dominam” uma área e estabelecem uma relação com a agricultura camponesa da localidade, induzindo os agricultores a produzirem o monocultivo em questão (exemplo da laranja no sudeste), oferecem assistência técnica, financiamento e compram toda produção (inclusive antes de estar plantada).

Em todos os exemplos concretos em que tal ciclo econômico foi empregado, como no município de Moju, muitas vezes com pesados incentivos públicos, o que se percebe é a decadência da agricultura camponesa da localidade, a intensificação da pobreza rural e a profunda vulnerabilidade dos agricultores em relação à empresa. Em geral, esses empreendimentos são desenvolvidos com produtos de baixo custo e que demandam muito esforço produtivo. As empresas tomam vantagem da jornada ininterrupta dos agricultores sem precisar pagar direitos trabalhistas, disciplinam a produção e aumentam a dependência tecnológica da agricultura familiar.

O agricultor perde progressivamente sua produtividade (efeitos da monocultura), depende cada vez mais de insumos, se endivida e tem uma crescente dificuldade em manter a produção exigida pela empresa. Há, alem disso, muitos efeitos nocivos ao meio ambiente, impactos na disponibilidade de alimentos e no abastecimento do mercado local. Por esses e outros motivos, acho necessário enfatizar que é um grande erro “investir” na agricultura familiar como um componente subalterno do agronegócio como candidatos estão se propondo a fazer.

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